Eu já devo ter dito umas mil que evito - e detesto - reclamar da vida. No geral, a minha é muito boa. No entanto, acho também que a reclamação é da natureza do ser humano e certas semanas ou dias tornam a vontade de reclamar algo irresistível. E essa semana foi, com certeza, uma delas.
Parece que tudo degringolou dessa vez. Começou pelos problemas financeiros, que arrastaram os problemas familiares, que em seguida puxaram outros da faculdade, e, por fim, resultaram em problemas de saúde. Mas esse último teve mais a ver com a mudança de temperatura no início da semana.
Por mais que eu me esforce para essa não ser uma questão central na minha vida, dinheiro realmente faz falta. Tem hora que você se vê sem ele e tudo complica. E o problema nem é o dinheiro acabar no fim do mês e ter que esperar ele entrar novamente daqui a alguns dias. O problema é que o dinheiro que vai entrar também não é suficiente para pagar todas as contas. Contas da casa, despesas do carro (que parece uma maldição, que todo mês tem uma nova), empréstimo para pagar a faculdade... vem conta de tudo que é lugar. Tá muito caro viver...
Uma das coisas que especialmente me deixou para baixo foi decidir que não vou para uma viagem da faculdade. O motivo da faculdade é um campeonato entre as universidades de comunicação do sul do Brasil e o pessoal, pelo menos do meu curso, leva a parada a sério mesmo, indo buscar o primeiro lugar neste ano. E eu, que estou treinando em quatro modalidades, estava muito empolgado para ir, me dedicando para fazer o melhor. Contudo, com esse aperto notado essa semana, estive fazendo minhas contas e vi que vou ter que abrir mão de coisas como essa viagem e outras saídas, pelo menos por um tempo. Como ainda estou pagando a viagem do ano passado, decidi que não posso mais ter uma conta dessa para resolver.
Chega um momento em que você espera que as coisas melhorem, mas elas não melhoram, e o buraco vai ficando cada vez mais fundo. Todo mês tem que gastar 50 pila com remédio, óleo, gravata do cunhado que você perdeu e descobriu que custa 80 pila etc.
Aí você espera ter um pouco de paz em casa, mas encontra gente que só sabe jogar os problemas na tua cara. Tem que ficar ouvindo bobagem quieto. Coisas como "você não dá bola pro próprio pai". Se alguém soubesse a porra da falta que eu sinto do meu velho... (não morreu, só mora do outro lado da cidade, e, assim como eu, não tem muito tempo de sobra)
Enfim, talvez eu precisasse escrever isso para desabafar um pouco. Apesar de ter bons amigos e familiares, não sou a melhor pessoa para expressar os problemas. Tô acostumado a ser aquele que aconselha e não sei ouvir conselhos. No fundo, sou grato pela minha vida. Ela é boa e será ainda melhor. Alguns coisas precisam entrar nos eixos, mas para isso é preciso saber dosar a quantidade de atitude e paciência que a gente aplica na vida.
Hoje mais do que nunca entendo a "reclamação" desse texto, sem dinheiro qualquer outro problema vai ficando mais complicado. Enfim, a gente é forte, e se esforça, sempre mais.
ResponderExcluirTudo de bom, Fe!
Beijos, beijos!
Ana
Oi, Aninha. Que saudade de você. Espero vê-la qualquer dia. Beijoca
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