Páscoa. Nunca me senti tão sozinho como neste sábado. Passei a tarde só e não tinha ninguém no MSN durante o dia inteiro. Próximo à noite, tive conversas legais, principalmente com a Ari, mas a sensação vazia não passava. Parece que tem uma urucubaca geral por aí.
Queria uma companhia feminina hoje, já que estava sozinho em casa. Sair me faria bem também, mesmo assim fui pegar o filme que queria ver há tempos. Vai que a companhia me ligava, eu teria de estar preparado.
Fui ao Big, perto das nove. Peguei Vicky Cristina Barcelona, do Woody Allen - um dos meus cineastas favoritos - e fui comprar umas besteiras pra fazer companhia.
Com uma cesta na mão [dois refrigerantes, dois chips, uma caixa de bis] eu parei no corredor do mercado e experimentei a sensação de solidão da maneira mais clara que já senti. Pela primeira vez tive medo do futuro. E se um dia eu morar sozinho e tiver que fazer essa atividade corriqueira novamente? Será que eu vou olhar para todos os lados e o corredores vão esticar, ficando sem fim como hoje? Será que as pessoas vão passar por mim sem me ver, como as vi fazer hoje? Não quero mais sentir isso.
Desde aquele momento formulei a frase: "Nunca me senti tão sozinho". E só pensava nela.
Ao chegar em casa, a escrevi no MSN, e logo a tiraria, como faço quando sou sincero sobre meus sentimentos. O camarada Perger me convidou pra sair e decidi ir, apesar de não ser o meu programa favorito a balada que iríamos. Liguei para o Nino, meu brother, para saber se estava vivo e se queria ver a Scarlett Johanson beijar a Penélope Cruz num laborário escuro de fotografia. Ele, que tava morrendo, se animou com a ideia.
O beijo, incrível, mas a surpresa boa do filme é a atriz que faz o papel de Vicky. Ao primeiro olhar, sua beleza é ofuscada por Scarlett Johanson, que, por Deus, é perfeita. Contudo, após as primeiras cenas, Vicky ofusca Cristina (Johanson) com o olhar doce, com aquela dureza que só as mulheres mais sensíveis possuem (e que é a característica mais apaixonante, para mim). Vicky torna-se encantadora, fazendo-me torcer para que cheguem logos as suas cenas.
Não saí com o camarada Perger. Uma dor de cabeça terrível me acometeu. Tomei remédio, banho e dormi um pouco (solução imediata às minhas enxaquecas). Acordei há pouco mais de uma hora, muito mais aliviado, e sabendo aquilo que eu e vocês já sabiam.
Eu preciso dos meus amigos, dos meus amores, da minha família e de estar sempre experimentando um pouco de vida.
Descreveu um sentimento maravilhosamente bem....
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